Entenda como calcular preço de venda do seu produto

Entenda como calcular preço de venda do seu produto

Negócios que sabem como calcular o preço de venda se diferenciam e dão um passo à frente no que se diz respeito à gestão financeira.

Pois, não se atentam somente aos preços da concorrência, mas, principalmente, compreendem bem sua estrutura de custos e operação financeira como um todo.

Por isso, neste conteúdo vamos te mostrar como montar o preço de venda ideal para seu produto e te ajudar a cobrar um valor justo por seu trabalho.

Como calcular o preço de venda dos seus produtos?

1. Faça um levantamento de gastos

O pontapé para chegar no preço de um produto é o levantamento dos gastos da empresa que estão envolvidos direta ou indiretamente no processo de oferta de tal produto para o cliente. 

Dessa forma, é imprescindível que a empresa possua uma boa organização dos dados financeiros de entradas e saídas, seja por meio de um sistema ou planilha de fluxo de caixa.

Além disso, o ideal é que se tenha um volume confiável de dados de um bom tempo.

O período mínimo para se trabalhar de forma assertiva com essas informações é de, em média, 1 ano. 

Com os dados em mãos, é necessário analisá-los melhor e dividi-los.

Geralmente, os gastos são separados nos seguintes grupos:

Custos

São os gastos que estão diretamente relacionados ao produto ou serviço.

Geralmente são os gastos de produção de mercadoria, aquisição de insumos ou algum fator usado durante a prestação do serviço.

Exemplos:

  • Matéria-prima;
  • Embalagem;
  • Energia usada nos equipamentos para produção;
  • Mão de obra.

Despesas

São os gastos que não são diretamente ligados à prestação do serviço ou produção e comercialização do produto.

No geral, são gastos administrativos da empresa, por exemplo:

  • Água;
  • Internet;
  • Itens da estrutura de escritório.

Fazer a divisão dos gastos entre custos e despesas é uma etapa de extrema importância não só para os processos de precificação.

Mas também para compreender se as saídas com despesas secundárias estão muito altas e podem ser reduzidas. 

Não só isso, também deve-se separar os gastos em fixos e variáveis

  • Fixos: o valor não se altera de acordo com o volume de produção e vendas
  • Variáveis: o valor desse gasto varia de acordo com o volume de produção e vendas

Em certos casos, será preciso acompanhar o processo envolvido na produção do produto ou prestação do serviço para que seja possível entender de forma plena os custos envolvidos.

2. Defina o custo do seu produto

Um outro ponto determinante é definir o método pelo qual se chegará no custo de um produto, para só depois precificá-lo.

Mas, antes disso, é necessário dividir os custos em diretos e indiretos:

Diretos

Custos os quais o valor pode ser facilmente atribuído ao bem, sem necessidade de cálculos complexos para isso.

Exemplo: custo das cerejas de uma torta são diretos, pois é simples definir quanto aquelas cerejas custaram. 

Indiretos

Esses são os que o processo de encontrar o custo de fato é algo complexo.

Exemplo: o custo de energia para a produção de uma torna.

Deve-se ter a conta de energia total da empresa, tempo que o forno é usado, informações de fábrica desse forno.

São diversas variáveis e cálculos que devem ser feitos, o que torna esse custo indireto.

Feita essa divisão, existem diversas formas para se fazer esse processo, mas dois métodos bem conhecidos para fazer o custeio de um produto ou serviço são o custeio variável e o custeio por absorção.

  • Custeio variável: é um método bastante usado por ser mais simples e prático e nessa opção o custo total do bem é formado somente pelos custos variáveis relacionados ao bem. 
  • Custeio por absorção: nesse método, os bens absorvem todos os custos (diretos e indiretos, variáveis e fixos) que possibilitam a oferta desse produto ou serviço. 

Como o custeio por absorção considera custos indiretos, é necessário realizar um rateio de alguns custos, que é um cálculo para conseguir extrair o quanto de um custo total é usado para a oferta de uma unidade de produto ou serviço (como o exemplo do custo de energia na fabricação da torta), o que torna esse método mais complexo.

Nessa etapa, é importante analisar bem qual metodologia será usada, estudando vantagens, desvantagens e o que mais se adequa ao cenário da empresa.

É importante ressaltar que além desses dois métodos, existem outras formas de se encontrar um custo de um serviço ou produto que não são tão usadas comumente, como o custeio ABC

3. Defina o preço de venda

Após conhecer o custo real, é o momento de finalmente calcular preço de venda.

Uma forma bastante usada como referência para se chegar nesse número é o uso do markup.

O markup é uma fórmula que considera o custo total da produção, mais qualquer despesa operacional envolvida na oferta desse produto ou serviço e a margem de lucro.

Segue a fórmula:

markup

O markup encontrado é um fator multiplicador que deverá agir sobre o custo unitário encontrado anteriormente para se chegar ao preço de venda estimado. Assim, para precificar um bem ou serviço se usa a fórmula:

  • Preço de venda = markup x custo  

E agora, já posso vender o meu serviço ou produto por esse valor que encontrei? 

Pode, o markup retorna o quanto a empresa deve cobrar, contudo é de extrema importância que sejam feitas outras análises para bater o martelo na precificação, como estudar preço da concorrência.

Isso permitirá que seja visto outros fatores e analisado se deve haver uma diminuição ou aumento no preço encontrado pelo markup.

Essa análise também permite outras reflexões:

  • O preço está muito abaixo dos concorrentes. Será que a qualidade do produto está satisfatória? Minha margem de lucro está boa?
  • O preço está muito acima dos concorrentes. Será que o cliente pagará por esse serviço? Consigo negociar com fornecedores para diminuir o meu custo?

Conclusão

Embora o processo de calcular preço de venda pareça complexo, ele é determinante para o bom funcionamento de uma organização.

Pois, é um fator que ajuda a garantir a saúde financeira, competitividade e sucesso de vendas, além de permitir que o gestor possa fazer análises ricas sobre as finanças da empresa.