Parece algo simples, mas nem sempre é: definir os preços dos seus produtos e serviços exige uma análise um tanto minuciosa e deve considerar seus custos fixos, variáveis e o lucro buscado. Esse passo é imprescindível para a saúde financeira da empresa, que pode ser prejudicada caso os cálculos sejam feitos de forma incorreta.
Assim, não basta calcular apenas os custos mais óbvios e repassá-los ao consumidor, pois isso pode gerar dificuldades para o seu negócio. É fundamental considerar, além dos fatores acima citados, o valor agregado da sua marca, os preços que a concorrência está praticando, o perfil do consumidor que você busca atingir, etc.
Lembre-se de que o consumidor final é sensível a qualquer alteração de preço, tendendo a optar por versões mais em conta toda vez que algum produto sofre um reajuste. Sabendo disso, reunimos sete dicas extremamente úteis para você calcular os preços de seus produtos ou serviços. Vamos lá?
#01. Entenda o que caracteriza o preço de venda.
Equilibrar os custos de produção, o valor cobrado pela concorrência e a margem de lucro esperada resulta no preço a ser determinado. Assim, sua empresa não pode cobrar um valor tão barato que prejudique sua sustentabilidade, meramente cobrindo seus custos, mas ao mesmo tempo é inviável encarecer amplamente seus produtos e serviços, já que isso levará a uma perda de clientes.
Dessa forma, calcule cuidadosamente o preço de venda considerando todos os custos e possíveis fatores de mercado que possam incidir sobre seu valor final, como a Elasticidade do Preço da Demanda. Esse termo nada mais é do que a probabilidade de um produto ou serviço ser substituído por outro devido a um aumento em seu preço, fazendo com que o consumidor opte por alternativas mais baratas.
#02. Saiba que preço e valor não são sinônimos.
Apesar de muitas vezes serem usados com sentido equivalente, o preço tem ligação direta com números: custo de produção, encargos, impostos, taxas, enfim, o que foi gasto para produzi-lo. Já o valor é um fator mais qualitativo, relacionado à visão do seu produto ou serviço por parte dos consumidores. O valor pode ser mensurado através de pesquisas e conversas. A principal relação que podemos fazer entre esses dois termos é pensar que, se você cobrar um preço muito baixo, certamente irá vender em maior quantidade, mas é provável que atinja uma parcela da população que não consumiria seu bem caso o preço fosse mais alto.
Preços altos indicam a valorização do produto. Aqui, é importante ressaltar que não estamos fazendo juízo de valor, ou seja, não necessariamente tudo que é barato é ruim e tudo que é caro é melhor. No entanto, a percepção de qualidade e a valorização de um bem estão presentes, no senso comum, em um preço mais alto. Em resumo, pense em quem você quer que seja seu cliente, onde sua loja está localizada e em todos os fatores que influenciam no consumo do seu produto ou serviço por parte do seu cliente.
#03. Agregue valor ao seu produto ou serviço
Seguindo a linha de pensamento do item anterior, é necessário mostrar ao seu cliente por que ele deve optar pelo seu produto ao invés do produto do concorrente, ou seja, que na sua marca ele encontrará o que precisa ou considera importante, suprindo suas necessidades. Ao identificar essas dores e demandas dos clientes, o empresário conseguirá atribuir maior valor e utilidade à mercadoria, fazendo com que o consumidor se identifique e crie uma relação com o produto ou serviço, optando por ele e possivelmente criando um laço de fidelização com a marca.
Para agregar esse valor, além de estudar as necessidades do mercado, é importante apresentar o produto da forma adequada, adotando estratégias direcionadas de inserção no mercado e venda a fim de despertar o interesse do público. Nessa etapa também entra a análise da concorrência, identificando seus comportamentos, encontrando lacunas, evitando a reprodução de pontos negativos e aproveitando as estratégias positivas, que podem ser replicadas na sua empresa.
#04. Conheça os custos da sua empresa
Ao projetar suas receitas e listar os custos envolvidos no seu processo produtivo, você já consegue deduzir se lucrará ou não com seu trabalho. Assim, identifique os custos fixos (aqueles que pouco ou nada mudam a cada mês, como custos de equipamentos, aluguéis, salários, etc.) e os custos variáveis, que podem oscilar conforme a produção (como as vendas, contas de água e energia, matérias-primas, etc.). Tendo estes conhecimentos, a definição do seu preço será muito mais assertiva.
#05. Identifique o peso dos impostos e tributos na formação do preço.
Sabemos que a carga tributária no Brasil é bastante alta. Assim, o regime tributário sob o qual seu negócio se encaixa pode fazer bastante diferença na sua gestão financeira, visto que cada um deles tem alíquotas e cálculos distintos para apurar impostos e tributos. Os três regimes aplicados no Brasil são o Simples Nacional, o Lucro Real e o Lucro Presumido.
#06. Familiarize-se com diferentes métodos de precificação
Das diferentes formas disponíveis, você pode escolher qual se encaixa melhor no seu caso. Confira alguns desses métodos:
Markup: tendo como base o custo, você utiliza um índice multiplicador para calcular o preço de venda ideal para cobrir seus custos e gerar o lucro esperado.
Dobro do custo: como o próprio nome diz, consiste em duplicar o valor pago na aquisição do produto no momento da revenda.
Precificação múltipla: o famoso pague um e leve dois, onde você agrega dois ou mais produtos à venda com um preço único, causando no consumidor a percepção de que está levando mais e pagando menos.
Demanda e escassez: se há muitos interessados e poucos produtos disponíveis, é muito provável que cada cliente esteja disposto a pagar um valor mais alto do que o estimado para ter essa mercadoria “exclusiva”. Quando há excesso de oferta, ou seja, produtos suficientes no mercado, o preço tende a diminuir.
Concorrência: apesar de parecer simples, é uma estratégia perigosa no sentido em que, se algum concorrente baixar demais o preço e você estiver se baseando nele para fazer o seu, você corre o risco de não conseguir cobrir seus próprios custos.
#07. Saiba como e quando conceder descontos.
Apesar de não ser a estratégia ideal para atrair e conquistar clientes, falando do ponto de vista das contas da empresa, é uma abordagem interessante para fidelizá-los, para aumentar o volume de vendas ou livrar-se de estoques. Assim, é indicado criar calendários promocionais, principalmente no varejo e em época de troca de estação ou coleção. Nestas situações, é recomendado utilizar-se de descontos ou promoções para “limpar” o estoque e manter o capital de giro da empresa. Dessa forma, a concessão de descontos deve ser planejada com base nas finanças e expectativas de vendas.